Eita! Que pergunta difícil, essa, não é, não?!
Pois vamos lá! Para decidir se vale a pena pagar pelo parto precisamos, primeiro, entender o que significa pagar pelo parto. E, pra começar, pagar pelo parto significa reconhecer a falência e o desperdício de dinheiro que são os dois sistemas que pagamos regularmente.
1. O SUS. Pagamos nossos impostos diariamente em produtos, pagamos IPTU, IPVA, Imposto de Renda... Pagamos muito, e nossa carga tributária é a mesma de países muito desenvolvidos e maravilhosos. Aí na hora de colher os benefícios, temos medo. A equipe que atende o pré-natal no Posto de Saúde não é a mesma que assiste seu parto, não temos a segurança de serem profissionais humanizados. Além disso, o sistema de "hotelaria" deixa a desejar mesmo... Não tem aquele conforto do quarto exclusivo com TV que tem nos hospitais particulares. Então o pagamento desses impostos não é certeza de que vamos ter nosso parto humanizado e bem assistido.
2. Planos de saúde. Pagamos nosso plano de saúde religiosamente todos os meses. E há meses que não vamos a médicos, não fazemos exames, e seguimos pagando. Na hora de parir usando o plano, desde as consultas percebemos a diferença na qualidade do atendimento, comparando a médicos particulares. Os planos pagam pouco, os médicos preferem mesmo a cesariana por uma questão de praticidade, agenda e financeira. Muito difícil encontrar um médico que acompanhe sem cobrar por fora. E se o médico cobra por fora, você está pagando pelo parto, oras! Então pagar o plano de saúde todos os meses não é certeza de que vamos ter nosso parto humanizado e bem assistido.
Pagar pelo parto é pagar por ele uma terceira vez, então! Já pagamos impostos, já pagamos plano de saúde, e na hora de utilizar os serviços pelos quais pagamos, pagar uma terceira vez dói e pesa no bolso, mesmo. Estamos falando de valores altos... Um mínimo de R$ 2000,00, chegando a R$ 15.000,00, dependendo da equipe.
Mas voltando ao nosso método de análise, o que significa pagar pelo parto? O que você ganha pagando pelo parto? SEGURANÇA. Pagando pelo parto, você pode escolher um profissional que vai te atender de forma humanizada, checar os antecedentes, conversar com pacientes anteriores dele... Você vai parir com uma equipe em quem você CONFIA, e vai poder se concentrar no processo de parir tranquila de que está bem assistida e de que será respeitada nas suas escolhas. Faz muita diferença, gente... Estamos falando aqui de reduzir ao mínimo o estresse do medo de uma intervenção não desejada, do desrespeito, de tantas coisas trash mesmo que a gente lê quando acompanha vários relatos de parto. Algumas pessoas diriam, inclusive, que isso não tem preço. Mas tem, né?! É alto e nem todos podem pagar...
Bom, a opinião aqui da doula é de que VALE A PENA PAGAR PELO PARTO. Ter uma equipe de qualidade, atualizada, acostumada a assistir partos, respeitosa e em quem você confie vale a pena, vale o preço que for. Mas vale a pena se você tem o dinheiro disponível ou mesmo se pode disponibilizá-lo abrindo mão de alguns luxos, como viagem, enxoval maravilhoso, essas coisas. Porque o processo do parto flui muito melhor quando a mulher está segura! Ter uma equipe de confiança pode, sim, ser a diferença entre parir naturalmente ou cair numa cesariana desnecessária.
Mas e se você não pode pagar??? Adoraria, mas não tem de onde tirar? Vale a pena um sacrifício? Vender o carro, pegar um empréstimo, coisas do tipo? Veja que aqui a questão não é mais se vale a pena pagar pelo parto, e sim se vale a pena se sacrificar para pagar pelo parto! Nesse caso, a decisão é muito pessoal pra eu daqui, sem conhecer a realidade, dar pitaco. Cada família é que vai ter que pesar e ver até que ponto vale a pena o sacrifício.
Se a conclusão for de que não vale a pena se sacrificar, voltamos aos planos anteriores, oras... Plano de saúde e SUS. A doula ajuda muito aí, tanto na procura por uma boa equipe, um bom hospital, quanto no ajuste das expectativas, visto que a equipe não é a dos sonhos da mulher. A doula vai ajudar na busca de referências, no conhecimento do ambiente, etc., ajudando, assim, a conseguir o parto mais satisfatório possível dentro das condições daquela família.
Contrate uma doula
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segunda-feira, 11 de setembro de 2017
quinta-feira, 27 de abril de 2017
Sobre a DPP
Hoje a dica é preciosa para quem está no início da gravidez. Eu vou te adiantar agora o que acontece no final da gestação e te dar a dica do século para evitar muita dor de cabeça.
A DPP – data provável de parto – é uma PREVISÃO do nascimento. É o dia em que, pelos dados disponíveis (data da última menstruação e IG calculada na primeira ultrassonografia) completam-se 40 semanas de gestação. É uma PREVISÃO, uma ESTIMATIVA, e tem tudo para dar errado.
E qual é o problema? Vamos supor que sua DPP seja dia 30/10. Aí as pessoas perguntam: “É pra quando?” (só vão te perguntar 873408 vezes ao longo da gravidez) e você responde “30/10”, ou então “final de outubro”. Certo? Erraaaaaado! Faz isso não, moça!
A gravidez vai DE 38 A 42 semanas de gestação. Não necessariamente os dados disponíveis (data da última menstruação e idade gestacional) Fornecem o resultado correto. E se você disser “Final de outubro” as pessoas vão começar a te perturbar desde o dia 1º, perguntando se “esse bebê não vai nascer mais, não?!”.
Então sempre, antes de responder essa pergunta, pense em 42 semanas, nunca em 38, nunca em 40. Se sua DPP é 30/10, responda “Meio de novembro” ou “fim de novembro”.
Assim, você pode se permitir passar por toda a ansiedade e estresse do final de gestação sem alguém te chamando a cada meia hora no whatsapp perguntando, insinuando que é melhor fazer logo uma cesárea ou dando mil palpites que você simplesmente não quer ouvir.
Outra coisa: pense 10 vezes antes de dizer que entrou no nono mês. As pessoas vão começar a te olhar como se você fosse uma bomba relógio prestes a explodir. Quando entrar no nono, continue dizendo que está no oitavo.
E se precisar de uma doula, segue meu telefone: 984890293.
quinta-feira, 20 de abril de 2017
Os 8 meses e um século da gravidez
Estar no nono mês da gestação é ouvir todos os dias perguntas como “Pra quando é, mesmo?!”, “Já marcou o parto?”, “Não passou da hora dessa criança nascer, não?” e as minhas preferidas: “Nossa, esse bebê não vai nascer mais não?” e “Ainda não nasceu?” (Nasceu, claro! É que eu deixei em casa e coloquei aqui essa prótese de barriga pra poder passear no shopping de boa...).
Estar grávida de nove meses é viver batendo a barriga nas coisas porque a gente simplesmente não tem mais noção do próprio tamanho. É não achar posição para dormir e sentir saudade da época em que conseguia dormir de bruços. É viver entre cólicas, pressão na vagina, dor nos seios e pernas inchadas. É sentir vontade de que o bebê nasça logo e medo de que o bebê nasça logo. É querer arrumar a bolsa da maternidade e não achar coragem. É sentir falta de ar com quaisquer dois degraus que se suba. É se sentir uma bomba relógio prestes a explodir.
É muito intenso, é muito conflitoso, é muito desconfortável, é muito difícil. Isso é chegar às 36 semanas de gestação.
Imagine que você esteja participando de uma corrida. São 10km. Você se prepara, se alimenta, se hidrata, coloca as roupas adequadas, e inicia seu percurso. Conforme vai vencendo a distância, a empolgação inicial vai dando lugar ao cansaço, às dores, e você vai persistentemente se vencendo passo a passo. Agora pense na sensação do último quilômetro... Falta tão pouco, mas o cansaço é tão grande... Você se preparou muito para aquilo, mas a dor é tão forte... Depois que cruza a linha de chegada, tudo é felicidade e você esquece toda a dor, mas se concentra nesse último quilômetro: é MUITO DIFÍCIL. É assim que a mulher grávida se sente no último quilômetro da gravidez dela.
No último mês, o que a mulher precisa é TIRAR um pouco o foco da gestação. Porque a verdade é que ela pensa nisso praticamente o tempo inteiro e, quando esquece, os incômodos a lembram. O que ela precisa é RELAXAR, mudar o foco, fazer aquilo que dá prazer.
Essa semana, conversando com uma doulanda nessa fase, perguntei a ela o que a desestressava e ela não soube me responder. De fato, a gente às vezes vai tocando a vida tão no automático que não sabe identificar exatamente quais são as nossas válvulas de escape. Então, se esse for também o seu caso, segue uma listinha de coisas a fazer nesse último mês para desestressar, tirar o foco da gestação, relaxar:
1. Meditação guiada. No youtube tem um monte. Procure um lugar silencioso, se coloque em uma posição confortável, escolha uma das meditações guiadas do youtube (no celular, mesmo) e vá seguindo as instruções. Quando acabar, você já estará em outro estado de espírito.
2. Ir ao cinema. Com bebê pequeno isso vai ser difícil por um tempo, então escolha um filme bem bacana (ontem fui assistir “A Bela e a Fera”, recomendo, ficou lindo e mexe muito com as emoções de quem curtia o clássico da Disney na infância).
3. Natureza. Estar em contato com a natureza ajuda a mulher a se reconectar com ela mesma. Vale andar descalça na grama, banho de cachoeira, ler um livro encostada em uma árvore, tomar um sol no quintal, qualquer coisa que te ajude a aterrar.
4. Um banho. Aliás, um banho, não: O banho. Avise que não quer ser incomodada, tranque a porta, apague a luz, acenda umas velas, coloque uma música suave e aproveite o momento.
5. Listas. Tenha um aplicativo de listas no celular (tipo evernote ou wonderlist – prefiro este último porque dá pra compartilhar com alguém que possa dividir as tarefas com você). Quando lembrar de alguma coisa que falta resolver ou que está faltando, coloque na lista na mesma hora. Isso evita que você fique a cada 40 minutos lembrando que tem que colocar a toalha na bolsa da maternidade, por exemplo.
6. Sexo. Não dá vontade, às vezes é incômodo, mas pense que são suas últimas oportunidades antes de o bebê nascer. Geralmente dá uma preguicinha de começar, mas quando a gente goza gostoso relaaaaaaxa que é uma beleza.
7. Encontrar com as amigas. Marque um café para bater papo com pessoas que você gosta. Estar com outras mulheres é um alívio para as tensões.
8. Ouça música. Coloque músicas alegres, pra cima, que te fazem bem. Assim o baixo astral vai pra longe e você sorri.
9. Entre em contato com a sua espiritualidade. Se você tem uma religião, vá à celebração correspondente e aproveite para desabafar suas angústias e tensões.
10. Lembre-se sempre do mantra das mães: VAI PASSAR.
2. Ir ao cinema. Com bebê pequeno isso vai ser difícil por um tempo, então escolha um filme bem bacana (ontem fui assistir “A Bela e a Fera”, recomendo, ficou lindo e mexe muito com as emoções de quem curtia o clássico da Disney na infância).
3. Natureza. Estar em contato com a natureza ajuda a mulher a se reconectar com ela mesma. Vale andar descalça na grama, banho de cachoeira, ler um livro encostada em uma árvore, tomar um sol no quintal, qualquer coisa que te ajude a aterrar.
4. Um banho. Aliás, um banho, não: O banho. Avise que não quer ser incomodada, tranque a porta, apague a luz, acenda umas velas, coloque uma música suave e aproveite o momento.
5. Listas. Tenha um aplicativo de listas no celular (tipo evernote ou wonderlist – prefiro este último porque dá pra compartilhar com alguém que possa dividir as tarefas com você). Quando lembrar de alguma coisa que falta resolver ou que está faltando, coloque na lista na mesma hora. Isso evita que você fique a cada 40 minutos lembrando que tem que colocar a toalha na bolsa da maternidade, por exemplo.
6. Sexo. Não dá vontade, às vezes é incômodo, mas pense que são suas últimas oportunidades antes de o bebê nascer. Geralmente dá uma preguicinha de começar, mas quando a gente goza gostoso relaaaaaaxa que é uma beleza.
7. Encontrar com as amigas. Marque um café para bater papo com pessoas que você gosta. Estar com outras mulheres é um alívio para as tensões.
8. Ouça música. Coloque músicas alegres, pra cima, que te fazem bem. Assim o baixo astral vai pra longe e você sorri.
9. Entre em contato com a sua espiritualidade. Se você tem uma religião, vá à celebração correspondente e aproveite para desabafar suas angústias e tensões.
10. Lembre-se sempre do mantra das mães: VAI PASSAR.
terça-feira, 19 de abril de 2016
Relato de parto: chegada do Thor, filho da Rafa
Obaaaa! Mais um parto!
A Rafaela me procurou muito no comecinho da gravidez, quando a barriga nem aparecia ainda. Tivemos um longo período para nos conhecermos, ganharmos intimidade, trocarmos experiências. Ela queria um parto normal e se preparou em todos os detalhes: pilates, fisioterapia, cursos preparatórios, pré-natal duplo (pelo SUS e pelo convênio), muitas e muitas rodas. Como ela queria parir na casa de parto de São Sebastião, cuidou bastante da saúde e teve uma gravidez tranquila e sem intercorrências.
Na semana que precedeu o nascimento do Thor, ela sentiu muitas cólicas, perdeu tampão várias vezes, teve sangramento intenso após um toque do médico, teve falso trabalho de parto. Ficamos ainda mais próximas, pois a cada novidade ela entrava em contato comigo em busca de orientação. Na manhã do sábado, ela disse que as contrações estavam se intensificando, e eu a orientei a descansar, pois iria precisar de energia para quando o trabalho de parto viesse pra valer. Ela tomou um banho, deitou e as contrações passaram.
Nesse meio tempo sem contrações, estava eu atendendo o parto da Cláudia, que você lê aqui. Cheguei do parto dela, tomei um banho e dormi. Às 22h, a Rafa me ligou dizendo que as dores estavam muito intensas. Peguei minha malinha e rumei pra casa dela.
Quando cheguei na casa dela, ela estava sentada no vaso sanitário - um local paradisíaco para a maioria das grávidas, porque conseguem sentar sem ter pressão na região pélvica e não precisam se preocupar com os vários líquidos e mucos perdidos ao longo do trabalho de parto. Peguei um banquinho, sentei na frente dela, fiz com que ela comesse umas castanhas e bebesse água, e ficamos conversando e cronometrando as contrações. Rimos bastante, lembramos alguns momentos durante a gravidez e, durante as contrações, eu a ajudei a respirar e se concentrar. Como era de madrugada e não havia trânsito, nos demos ao luxo de curtir aquele momento com calma, mesmo sabendo o longo trajeto que nos esperava até a casa de parto.
Quando as contrações estavam regulares a cada 3 minutos, bem intensas e durando cerca de 50 segundos, sugeri irmos para a casa de parto. A Rafa tomou um banho, e a posição vertical só intensificou as contrações, que começaram a vir uma em cima da outra. Ela se agarrou num rodo e ficou se movimentando de um lado pro outro, sem conseguir sair do banho porque as contrações não davam folga. Foi a hora do "Mulher... pelo amor de Deus... vambora, vamo?!" - e fomos.
Só que o marido da Rafa é bombeiro e nós tínhamos que ir em dois carros, e ela foi no dele. Ai, que arrependimento! O homem saiu literalmente desembestado, desrespeitando todos os limites de velocidade, a coisa de 110 km/h! E eu não queria deixar os dois desacompanhados, porque as contrações estavam intensas demais e, se o Thor decidisse nascer, eles iam precisar de ajuda. Resultado: saí louca desembestada atrás, e a cada quebra-molas e buraquinho só pensava que a Rafa devia estar sofrendo, tadinha.
Pois foi bem assim, mesmo. Quando descemos, a Rafa desceu do carro xingando o Rômulo e fomos fazer a ficha e exame. Thor estava super bem e forte, Rafa com 7 cm. Eram coisa de meia-noite quando fomos internados. Passamos as contrações na banqueta de cócoras, principalmente, porque, assim como o vaso sanitário, era confortável para ela sentar sem pressão na área pélvica. As contrações foram ficando muito, muito doloridas. Só que deu uma, duas, três, quatro da manhã e nada do Thor dar o ar da graça. O último toque já tinha mostrado dilatação completa, mas a descida dele estava lenta e difícil. As dores da Rafa estavam já passando do suportável e ela se agarrava ora a mim, ora ao Rômulo, pedindo pelo amor de Deus que alguém fizesse alguma coisa. Oferecemos a ela o que podíamos: muitas palavras de encorajamento, massagens, carinho e pedidos de que ela fosse forte. A equipe da casa de parto se mostrou toda muito, muito respeitosa e querida, examinando de tempos em tempos, de modo delicado e não invasivo, e também oferecendo palavras de apoio.
Só que, nesse tempo todo, a Rafa permaneceu basicamente só na banqueta de parto, sempre de cócoras. Sugeri a ela que fosse para a cama para tentarmos uma posição de quatro apoios, porque aquela posição já não estava ajudando o Thor, uma vez que o parto tinha parado de progredir. Ficamos em quatro apoios e - se é que era possível - as contrações intensificaram. Naturalmente ela se movimentava para frente e para trás e às vezes ficava em uma posição meio torta, essas coisas lindas do corpo da mulher procurando a posição ideal para ajudar o bebê. Aos poucos ela foi fazendo força e, finalmente, o Thor deu o ar de sua graça. Primeiro a cabecinha e, na contração seguinte, a explicação de por que aquele expulsivo tão difícil e prolongado: ele estava com a mãozinha no rosto, como já tinha sido flagrado várias vezes no ultrassom, e a posição do bracinho provavelmente ia "freando" o corpo na descida.
Olha, foi um trabalho de parto bem difícil e muito dolorido. Tanto que, quando o Thor nasceu, a Rafa precisou de uns minutos até conseguir entender o que tinha acontecido, se virar na cama e pegar o filhote. Aí entrou o mais lindo, e que eu ainda não tinha tido a oportunidade de vivenciar em nenhum outro lugar: o respeito ao recém-nascido. Thor foi colocado no colo da Rafa e coberto com um lençol. Não houve pressa para clampear o cordão ou para o nascimento da placenta. Ninguém queria levá-lo para lugar nenhum e até a hora que fui embora - uma hora e meia após o nascimento - ele não tinha sido pesado nem medido. O tempo todo ali, no colo da mãe, super sereno, quase não chorou. Os dois descansando do longo trabalho de parto, os dois se conhecendo, se olhando, a coisa mais linda. Quanto ao Rômulo, vale dizer também que ele quase infartou quando nasceu a cabecinha roxinha e imóvel, acho que na coisa de 3 minutos até o Thor terminar de sair ele sequer respirou. E após o nascimento, como babava! Uma família muito linda!
Felicidades a essa família tão querida! Que o lindo Thor traga muita felicidade ao lar de vocês!
terça-feira, 12 de abril de 2016
Relato de parto: chegada de Helena, filha da Cláudia
Obaaaa! Hoje tem relato de parto!
Meu primeiro encontro com a Cláudia foi no final de dezembro. Desde então, nos encontramos praticamente todas as semanas, conversando sobre gestação, parto e pós-parto. Foram muitas rodas, muitas conversas, muita, muita, muita informação. Uma mulher de personalidade forte, muito empoderada, muito segura, grávida de sua primeira filha e fazendo absolutamente tudo que estava ao alcance dela para ter um parto normal, que considerava mais seguro e cheio de benefícios para ela e para a filhinha, Helena. Além das rodas, era fácil perceber que ela também buscava sempre ler sobre o assunto, assistir vídeos de parto e se preparar fisicamente, com pilates e fisioterapia. Cada um desses fatores teve seu papel para que ela tivesse o parto com que tanto sonhou.
A Cláudia vinha em pródromos desde o dia anterior (08/04), e lidando muito bem com isso. Tampão saindo rajado de sangue, contrações doloridas, mas sem ritmo. Íamos nos falando de tempos em tempos, para eu me atualizar do andamento das coisas e sempre deixando claro que a qualquer momento em que ela sentisse que realmente precisasse de mim, era só chamar.
Por volta do meio-dia, ela me ligou. As contrações estavam já muito doloridas, e ela precisava de apoio. Quando eu cheguei lá, o Deivinin já estava de câmera no pescoço, chave na mão e desespero no rosto. E a Cláudia na bola, debaixo do chuveiro, respirando, tranquila. Conversei com ela um pouquinho e expliquei que naquela hora a prioridade era acalmar o pai....kkkkkkkk Sentei com ele para a seguinte explicação:
"Então... sabe essa dor que ela está sentindo? Ela ainda vai mais que dobrar... As contrações não regularam ainda... Pode se acalmar, almoçar, que ainda demora um pouco pra gente ir pro hospital." - Deu certo, ele acalmou.
Então ficaram os dois um bom tempo no banheiro conversando, bolsa rompeu, Deivinin almoçou, Cláudia comeu açaí, assistimos bobagem na televisão, criamos grupo no whatsapp para ir atualizando a família e os amigos, e desse jeitinho, tranquilo e divertido, as contrações foram se intensificando e regularizaram de 3 em 3 minutos. Meu papel foi, até aí, apenas de manter os dois tranquilos e seguros de que tudo estava dentro do previsto, continuando no aconchego do lar até que o parto evoluísse o suficiente para justificar a ida ao hospital. Agora, sim, meu, povo, hora de ir para o hospital. Usei um rebozo para que a Cláudia tivesse em que se agarrar durante as contrações (trem bom é puxar pano quando a gente está com dor!). Eram 15:30.
Chegamos ao hospital e muito prontamente encaminharam a Cláudia para triagem e exames. Coraçãozinho de Helena batendo muito bem, Cláudia com (uaaaaaaaaau, todo mundo muito surpreso) 7 cm de dilatação, colo bem fininho e bebê já bem lá embaixo. Toda a preparação que ela fez antes do parto, mais a aceitação de cada contração como parte natural do processo, (tá ok, tá ok, uma ajudinha boooa da genética também) fizeram com que o corpo dela respondesse muito bem. A plantonista ficou impressionada com uma evolução tão rápida em uma primeira gestação e já entrou em contato com o dr. Marcondes, médico dela, que pediu que a deixassem num dos boxes de observação e voltassem a fazer o exame de toque em uma hora. Eram 16:30.
Deivinin foi cuidar da burocracia da internação e eu fiquei com a Cláudia. As contrações se intensificaram e ela disse que estava com vontade de fazer força. Que que a doula diz nessa hora? Faz força, ué.... E ela foi fazendo caras, barulhos e forças que caracterizavam muito bem o período expulsivo do parto. E aí a doula faz o quê? Massagem na lombar, encorajamento e tranquilização. "Faz sua força tranquila... O máximo que vai acontecer é nascer aqui e não no centro obstétrico, já estamos no hospital, rodeados de profissionais de saúde". Ela entendeu, riu, curtiu e foi fazendo força e gritando a cada contração. Uma enfermeira percebeu que a coisa estava séria e correu pra chamar a médica plantonista, que fez o toque, constatou 9 cm e mandou subir com ela para o centro obstétrico. Eram 17:20.
Deivinin e eu ganhamos o prêmio de velocidade do hospital, nunca vi duas pessoas colocarem uma roupa cirúrgica mais rápido do que a gente, kkkkkkk! Ainda bem, porque chegamos lá e, três contrações depois, nasceu a linda Helena, no dia 09 de abril, às 17:40, com 51 cm e 3,310kg. Infelizmente, estava acontecendo uma cesariana no mesmo horário, então a pressa para "liberarem o pediatra" foi imensa, e tiraram ela de perto da mãe rápido demais. A Cláudia estava radiante, luminosa, tranquila. Ninguém acreditaria que ela tinha acabado de parir uma criança (se não acredita, olha ali em cima na montagem a foto em que ela está dando um joinha, foi menos de 15 minutos depois do nascimento da Helena). Um parto rápido, cheio de felicidade e paz, sem qualquer intervenção, melhor do que em nossas melhores expectativas.
Parabéns, Cláudia! Parabéns, Deivinin! Foi mágico participar dessa gravidez e desse nascimento, vocês são o máximo!
quinta-feira, 7 de abril de 2016
Aprendizados de roda
Hoje teve roda de grávidas! Cláudia e Rafaela, ambas já nos 45 do segundo tempo, vieram pra gente trocar figurinhas, papo e comadre.
Falamos sobre criação de filhos, desde os primeiros dias até os primeiros anos, sobre parto e intervenções tanto com a mãe quanto com o bebê, sobre bolsa de maternidade, sobre início do trabalho de parto... brincamos, rimos bastante, as meninas levaram pra casa um chazinho pra ajudar a relaxar a cabeça nesses últimos dias de neném no forninho.
Já quase na hora de nos despedimos, a Cláudia nos presenteou com uma pérola de sabedoria que estou incorporando ao meu discurso agora: se o que você quer fazer não é o que todo mundo faz, não fale.
O contexto foi a Rafa contando que vai mandar encapsular a placenta para ir tomando depois da gestação. Há vários relatos dos benefícios que isso traz, mas ainda causa estranheza nas pessoas, mas ela ficou assustada com a reação das pessoas para as quais ela contou isso.
Aí fiquei pensando que em termos de gravidez e criação de filhos, essa história de se você não for fazer o que todo mundo faz, não falar, faz todo o sentido. Perto natural? Parir em casa? Deixar o cordão parar de pulsar? Criar sem bater? Amamentar em livre demanda? Se você não quiser discutir a fundo o assunto e fazer seu papel de educadora, simplesmente não mencione. Dá mais certo.
Rafa, Claudinha... muito amor, tranquilidade e paciência para esses últimos dias. Titia está louca pra conhecer esses bebês!
Já quase na hora de nos despedimos, a Cláudia nos presenteou com uma pérola de sabedoria que estou incorporando ao meu discurso agora: se o que você quer fazer não é o que todo mundo faz, não fale.
O contexto foi a Rafa contando que vai mandar encapsular a placenta para ir tomando depois da gestação. Há vários relatos dos benefícios que isso traz, mas ainda causa estranheza nas pessoas, mas ela ficou assustada com a reação das pessoas para as quais ela contou isso.
Aí fiquei pensando que em termos de gravidez e criação de filhos, essa história de se você não for fazer o que todo mundo faz, não falar, faz todo o sentido. Perto natural? Parir em casa? Deixar o cordão parar de pulsar? Criar sem bater? Amamentar em livre demanda? Se você não quiser discutir a fundo o assunto e fazer seu papel de educadora, simplesmente não mencione. Dá mais certo.
Rafa, Claudinha... muito amor, tranquilidade e paciência para esses últimos dias. Titia está louca pra conhecer esses bebês!
quarta-feira, 6 de abril de 2016
Playlist de parto
No vídeo acima, eu explico por que é muito bacana fazer uma playlist de parto (sequência de músicas em um pendrive, para ouvir durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato).
Após o vídeo, segue abaixo as minhas top 10 para parto:
1. Sabemos parir, de Rosa Zaragoza
2. Reconhecimento, Isadora Canto
3. Debaixo d'água, Maria Bethânia
4. Pra você guardei o amor, Nando Reis e Ana Cañas
5. Vilarejo, Marisa Monte
6. Can you feel the love tonight, Elton John
7. Do amor, Tulipa Ruiz
8. Oração ao tempo, Caetano Veloso
9. Só tinha de ser com você, Tom Jobim
10. Just breathe, Pearl Jam
E aí?! Corre pra fazer a sua!
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