terça-feira, 12 de abril de 2016

Relato de parto: chegada de Helena, filha da Cláudia

Obaaaa! Hoje tem relato de parto!



Meu primeiro encontro com a Cláudia foi no final de dezembro. Desde então, nos encontramos praticamente todas as semanas, conversando sobre gestação, parto e pós-parto. Foram muitas rodas, muitas conversas, muita, muita, muita informação. Uma mulher de personalidade forte, muito empoderada, muito segura, grávida de sua primeira filha e fazendo absolutamente tudo que estava ao alcance dela para ter um parto normal, que considerava mais seguro e cheio de benefícios para ela e para a filhinha, Helena. Além das rodas, era fácil perceber que ela também buscava sempre ler sobre o assunto, assistir vídeos de parto e se preparar fisicamente, com pilates e fisioterapia. Cada um desses fatores teve seu papel para que ela tivesse o parto com que tanto sonhou.

A Cláudia vinha em pródromos desde o dia anterior (08/04), e lidando muito bem com isso. Tampão saindo rajado de sangue, contrações doloridas, mas sem ritmo. Íamos nos falando de tempos em tempos, para eu me atualizar do andamento das coisas e sempre deixando claro que a qualquer momento em que ela sentisse que realmente precisasse de mim, era só chamar.

Por volta do meio-dia, ela me ligou. As contrações estavam já muito doloridas, e ela precisava de apoio. Quando eu cheguei lá, o Deivinin já estava de câmera no pescoço, chave na mão e desespero no rosto. E a Cláudia na bola, debaixo do chuveiro, respirando, tranquila. Conversei com ela um pouquinho e expliquei que naquela hora a prioridade era acalmar o pai....kkkkkkkk Sentei com ele para a seguinte explicação:

"Então... sabe essa dor que ela está sentindo? Ela ainda vai mais que dobrar... As contrações não regularam ainda... Pode se acalmar, almoçar, que ainda demora um pouco pra gente ir pro hospital." - Deu certo, ele acalmou.

Então ficaram os dois um bom tempo no banheiro conversando, bolsa rompeu, Deivinin almoçou, Cláudia comeu açaí, assistimos bobagem na televisão, criamos grupo no whatsapp para ir atualizando a família e os amigos, e desse jeitinho, tranquilo e divertido, as contrações foram se intensificando e regularizaram de 3 em 3 minutos. Meu papel foi, até aí, apenas de manter os dois tranquilos e seguros de que tudo estava dentro do previsto, continuando no aconchego do lar até que o parto evoluísse o suficiente para justificar a ida ao hospital. Agora, sim, meu, povo, hora de ir para o hospital. Usei um rebozo para que a Cláudia tivesse em que se agarrar durante as contrações (trem bom é puxar pano quando a gente está com dor!). Eram 15:30.

Chegamos ao hospital e muito prontamente encaminharam a Cláudia para triagem e exames. Coraçãozinho de Helena batendo muito bem, Cláudia com (uaaaaaaaaau, todo mundo muito surpreso) 7 cm de dilatação, colo bem fininho e bebê já bem lá embaixo. Toda a preparação que ela fez antes do parto, mais a aceitação de cada contração como parte natural do processo, (tá ok, tá ok, uma ajudinha boooa da genética também) fizeram com que o corpo dela respondesse muito bem. A plantonista ficou impressionada com uma evolução tão rápida em uma primeira gestação e já entrou em contato com o dr. Marcondes, médico dela, que pediu que a deixassem num dos boxes de observação e voltassem a fazer o exame de toque em uma hora. Eram 16:30.

Deivinin foi cuidar da burocracia da internação e eu fiquei com a Cláudia. As contrações se intensificaram e ela disse que estava com vontade de fazer força. Que que a doula diz nessa hora? Faz força, ué.... E ela foi fazendo caras, barulhos e forças que caracterizavam muito bem o período expulsivo do parto. E aí a doula faz o quê? Massagem na lombar, encorajamento e tranquilização. "Faz sua força tranquila... O máximo que vai acontecer é nascer aqui e não no centro obstétrico, já estamos no hospital, rodeados de profissionais de saúde". Ela entendeu, riu, curtiu e foi fazendo força e gritando a cada contração. Uma enfermeira percebeu que a coisa estava séria e correu pra chamar a médica plantonista, que fez o toque, constatou 9 cm e mandou subir com ela para o centro obstétrico. Eram 17:20.

Deivinin e eu ganhamos o prêmio de velocidade do hospital, nunca vi duas pessoas colocarem uma roupa cirúrgica mais rápido do que a gente, kkkkkkk! Ainda bem, porque chegamos lá e, três contrações depois, nasceu a linda Helena, no dia 09 de abril, às 17:40, com 51 cm e 3,310kg. Infelizmente, estava acontecendo uma cesariana no mesmo horário, então a pressa para "liberarem o pediatra" foi imensa, e tiraram ela de perto da mãe rápido demais. A Cláudia estava radiante, luminosa, tranquila. Ninguém acreditaria que ela tinha acabado de parir uma criança (se não acredita, olha ali em cima na montagem a foto em que ela está dando um joinha, foi menos de 15 minutos depois do nascimento da Helena). Um parto rápido, cheio de felicidade e paz, sem qualquer intervenção, melhor do que em nossas melhores expectativas.

Parabéns, Cláudia! Parabéns, Deivinin! Foi mágico participar dessa gravidez e desse nascimento, vocês são o máximo!

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