quarta-feira, 30 de março de 2016

Aprendendo sobre prematuros



Como contei pra vocês no meu último post, sou da família do último casal que acompanhei. O Luquinhas veio ao mundo por uma cesariana bem indicada, às 29 semanas, prematuro extremo. Ontem ele completou 5 dias de vida e eu fui com a Jaqueline, mãe dele, visitar nosso gostosinho na UTI neonatal do HRSM (Hospital Regional de Santa Maria). Tive uma excelente impressão do hospital, da equipe e do atendimento, confesso que fiquei mesmo um pouco impressionada com nosso sistema de saúde e com a possibilidade de ter acesso a um tratamento tão caro e tão bom sem ter que pagar nada além do que já pagamos (muitos, muitos impostos) por isso.

A verdade é que sei muito pouco sobre bebês prematuros. Acompanhei a Joyce e o nascimento da pequena Flora (leia o relato aqui ), mas ela nasceu tão bem que nem precisou de aparelhos ou UTI, tinha 2,5kg. O Lucas, por sua vez, nasceu com 845g apenas. 

Pois ontem fui, junto com a super forte mamãe (ficar saindo do Guará para Santa Maria ainda cheia de pontos da cesariana não é brinquedo, não...) ver o Luquinhas. Eu poderia relatar uma infinidade de coisas aqui, como a sensação de fragilidade que passa um bebê tão pequeno na incubadora, como a tristeza por ver casos tão graves ali pertinho, como a assistência que tivemos no Banco de Leite do HRSM, etc., etc. Mas hoje quero falar sobre a diferença que faz para um recém-nascido de qualquer idade a presença da MÃE.

Ali na incubadora, o ambiente da barriga é bem reproduzido. A temperatura é elevada, como era no útero materno; a umidade é maior também, porque a pele do bebê ainda não está bem formada, é muito fininha; todos os nutrientes são passados para ele por uma sonda. Como o Lucas está bem estável e reagindo bem, estão começando a prepará-lo para tirar o tubo respiratório. Para isso, diminui-se o analgésico, que acaba funcionando também como sedativo. Ele estava, então, muito agitado e incomodado. Dava para perceber a irritação pelos movimentos e pela forma como ele agarrava o tubo, tentando puxar da boca; além disso, os batimentos cardíacos estavam acelerados (199 bpm). A enfermeira de plantão explicou para a Jaque que o toque e a voz da mãe fazem muito bem ao bebê. Abriu a lateral da incubadora para que ela colocasse a mão e tocasse o filho. 

E é sobre isso que eu quero falar, sobre a mágica que se operou nesse momento. O bebezinho irritado se acalmou na mesma hora. Os batimentos voltaram aos confortáveis 155 a 160 bpm, os movimentos suavizaram, e ele ficou tranquilo novamente.

A voz e o toque da mãe são tudo o que um bebê precisa para se acalmar. Toque muito, converse muito, seja seu bebê prematuro ou não. Carinho de mãe é mágico!

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