sábado, 27 de fevereiro de 2016

Na bolsa da doula


Fiz esse vídeo para vocês terem noção do que uma doula leva para um trabalho de parto e das várias formas como podemos tornar seu trabalho de parto uma experiência mais prazerosa!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Grupo virtual de amamentação

Recomendamos muito!

http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/

Tem também o grupo no facebook, para compartilhar e tirar dúvidas. Vale muito a pena para quem tem sempre aquela pulguinha atrás da orelha com "recomendações médicas" e prefere ir atrás de estudos, evidências científicas atualizadas. Garanto que muita coisa vai surpreender vocês!Tem também o grupo aqui no face, para compartilhar e tirar dúvidas. Vale muito a pena para quem tem sempre aquela pulguinha atrás da orelha com "recomendações médicas" e prefere ir atrás de estudos, evidências científicas atualizadas. Garanto que muita coisa vai surpreender vocês!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O bebê não larga o peito? Leia isso!




Hoje vim conversar sobre um assunto importante e preparar as futuras mamães para algo que gera sempre aquela chuva de palpites não solicitados e que interfere muito na amamentação dos nossos bebezinhos: o bebê não quer soltar o peito.

A cena se repete na maioria dos lares, com a maioria dos bebês: o pequeno acabou de mamãe há menos de meia hora e começa a chorar, nada o acalma senão o peito. "Ué, mas não era para ser mais ou menos de 3 em 3 horas?", pensa a mãe. Ou então de repente o bebê simplesmente não larga mesmo. "Agarra" no peito e vai ficando... meia hora, uma, uma e meia, duas... E quando a mãe tenta tirar é aqueeeeele berreiro.

Preciso dizer, e dizer gritando, pra ver se falo mais alto do que os palpites que você vai escutar quando isso acontecer: ISSO É PERFEITAMENTE NORMAL! AMAMENTAR NÃO É SÓ NUTRIÇÃO!

Vamos tentar encarar isso pela ótica do bebê um pouquinho? Foram meses de crescimento e formação dentro de um ambiente quentinho, escuro, barulhento, apertado e protegido. De repente, tudo o que era a segurança do neném desapareceu. É muita luz, pouco som, muito espaço, muitos cheiros e vozes desconhecidos. Adivinha onde vai ser, para esse bebê, o lugar de maior tranquilidade e aconchego? Sim, acertou. No colo da mãe, sentindo o calor e o cheiro dela, ouvindo a voz tão familiar para ele. E adivinha uma coisa que deixa os bebês bem mais calmos? Acertou de novo, sugar. Logo, a amamentação vai muito além de deixar seu bebê sem fome e sem sede: é transmitir para ele segurança e aconchego.

Dos pitacos, o mais terrível e de consequências desastrosas é o de que o leite da mãe "é fraco" e "não está sustentando o bebê". Vocês acham que a natureza seria mesmo tão falha assim a ponto de nutrir um bebê dentro da mãe por 40 semanas para depois mandar um leite véio fraco que não sustenta? Galeeeeera, please!!! Leite materno é a maior perfeição da natureza! Todos os estudos mostram que ele tem a composição ideal para a criança e que, inclusive, essa composição vai mudando ao longo do crescimento do bebê para oferecer os nutrientes adequados a cada fase! O leite materno vem em versão mais leve para matar a sede (o do início da mamada) e mais densa para matar a fome (o leite posterior, que o bebê suga depois do leite leve); vem na temperatura ideal e supre sim todas as necessidades do bebê. Então vamos repetir gritando também? NÃO EXISTE LEITE FRACO! Então acredite em mim: não adianta dar lucro para as empresas que fabricam aqueles substitutos para leite materno (que só devem ser dados em situações muito específicas) porque o seu bebê vai ter uma baita indigestão e continuar te querendo.

Então assim... na boa... o melhor a fazer para a sua sanidade mental é aceitar. Sabe "aceita que dói menos"? É isso... nenhum bebê vai querer ficar pra sempre pendurado no peito não... é uma fase até que ele se sinta mais confiante para querer explorar o mundo. Sozinho ele vai começar a espaçar as mamadas, a perceber o mundo em volta e a te deixar respirar. E, para isso, cada bebê tem seu tempo: uns conseguem em dias, outros em semanas, outros em meses. Vão começar a querer o papai... a se distraírem com a cortina, com o pé, com o cachorro... Vai melhorar.

Então assim... livre demanda é isso. É dar o peito sempre que o bebê quiser. Para amenizar o sofrimento, recomendo que você procure conforto e distração, então amamentar deitada (muito mais confortável), usar sling (bebê mamando e você fazendo as unhas, por exemplo, olha que delícia?), ler alguma coisa... tudo isso ajuda a passar o tempo quando você já cansou de contemplar a cria, hehehe. Além disso instrua todo mundo à sua volta a te trazer água sempre, porque dá uma sede danada e a gente não consegue levantar.

Eu sei, minha linda, cansa muito, cansa demais. Mas olhe... passa. E passa rápido. Conte comigo para conversar a respeito, pode mandar WhatsApp no (61)84890293. "Tamo junta" nessa!





segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

E a gravidez dura oito meses e um século...

É impressionante como, por mais que eu avise, as mulheres nunca estão preparadas para o que são as últimas semanas e, principalmente, os últimos dias da gravidez. Eu tento, juro que eu tento! Costumo lembrar que a barriga vai pesar muito, que as dores na lombar tendem a aumentar, que aparecem estrias das quais achávamos que íamos escapar, que não se consegue posição para dormir, que a ansiedade parece sair do controle, que nossas convicções enfraquecem consideravelmente... mas não há aviso nem repetição capaz de preparar uma mulher para isso, não.

Eis o cenário: a mulher que disse que ia trabalhar até o último dia já está de licença porque o desconforto tornou impossível continuar trabalhando normalmente; o tempo livre em excesso gera tédio combinado com falta de coragem de sair de casa; o calor faz com que suor escorrendo pelas costas e entre as pernas seja normal. Não é fácil, repito, NÃO É FÁCIL não gritar por uma cesariana nessa hora, ou resistir bravamente às desculpas de última hora do médico, ou buscar uma segunda opinião quando algo parece estar fora dos eixos.

Tudo que a mulher quer é que o bebê chegue logo. Já está tudo pronto! Roupas, fraldas, berço... Haja coração, haja ioga, alongamento, meditação, oração... O mais engraçado é que rapidinho tudo passa... Quando o bebê nasce, a mulher se pergunta por que estava tão estressada... ou por que não esperou um pouco mais... Então o conselho de doula de hoje é o mantra das mães: VAI PASSAR. E vai passar mais rápido do que você imagina. Se estiver insuportável, me chama pra um café que eu levo o pão e a gente vê filme e bate papo!




Essa foto é da Ludy. Ela me mandou dizendo o seguinte: "Pra minha pessoa, o último mês de gravidez foi o melhor e o pior ao mesmo tempo. Eu fiquei feliz por estar acabando e por estar perto de ver minha filha. Mas ao mesmo tempo com medo, insegura, com muita azia, fazendo xixi a cada 5 minutos. Não tem como não ficar feliz no último mês da gravidez, você vai conhecer seu bebê em breve, mas parece que é o mês mais longo. É um mês tenso, mas feliz.. Eu diria que é um mês de tpm que um dia vc tá feliz e empolgada mas no outro tá  insegura e com medo. E dps de tanta insegurança, tanta azia, tantas dores em todo lugar que imaginar, é o mês mais mágico. Sem dúvidas pra mim foi o melhor!"

Essa foto é da Hileana, no último mês. Ela disse que gosta da foto porque mostra que, apesar do desconforto, a mulher não está morta, e que "é possível se divertir para combater a ansiedade".


E essas duas fotos são da Mônica. O final da gravidez foi bem enlouquecedor para ela, pois suas duas filhas estavam muito ansiosas pela chegada do irmão caçula. Ela inventou mil coisas para passar o tempo, cada noite era uma atividade diferente (pintura de barriga, barriga de gesso, etc.). Quanto a essa segunda foto, ela disse que "sem querer escandalizar, rs! Essa minha foto diz muita coisa! kkkkk! Fui dar aula assim no trote do terror dos terceiros anos"


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

A beleza e a importância do toque no trabalho de parto


Que parir é um dos momentos mais marcantes da vida de uma mulher, todas nós já sabemos. Que o trabalho de parto é um período cheio de superações e desafios, também. É bem provável inclusive que todas nós saibamos o quanto as palavras podem atrapalhar um momento em que a mulher precisa se aquietar, mergulhar no seu próprio universo e deixar a natureza agir e seu corpo trabalhar. O que, talvez, vocês não saibam é a diferença e a delicia que é receber toques carinhosos ao longo do trabalho de parto.

A comunicação verbal tende a ser extremamente irritante para a mulher em trabalho de parto, porque desperta o seu racional, quando a intenção é exatamente "desligá-lo" ao máximo. Perguntas durante a contração, então, são pra matar uma de ódio! Conversar com a mulher só mesmo entre as contrações, e de preferência só se ela puxar assunto, quiser falar, quiser papo.

A música suave e a ausência de palavras propicia à mulher um mergulho interior muito mais profundo, e um contato com sua natureza e com sua ancestralidade (o poder de parir é inato, e gerações e gerações de mulheres antes de você já pariram) muito forte. Nesse mergulho, é comum que surja de maneira muito forte o medo, sem que a mulher consiga elaborá-lo em palavras. O medo de alguma coisa dar errada, o medo de não dar conta, o medo de morrer, o medo de perder o bebê. Esses medos vão cruzando a mente da mulher como raios ao longo de todo o trabalho de parto, e ela vai tentando superá-los e afastá-los, confiar na sua capacidade de parir. Só que algumas vezes isso falha, e vamos "voltando à superfície", assustadas mesmo.

Nesse momento, ter alguém ao lado numa postura respeitosa e amorosa faz toda a diferença. Racionalmente falando, parece uma grande bobagem achar que alguém tocar no seu braço ou te abraçar com carinho vá afastar o medo da morte, né?! Mas afasta! Ter o tempo todo alguém ao lado simplesmente nos dando carinho e cuidando da gente ajuda a afastar todos os medos, toda a energia ruim, e nos ajuda a mergulhar de novo, com mais confiança.

E olhem que eu nem estou falando dos toques que aliviam a dor, como as massagens. Eu estou falando mesmo do afeto silencioso.

Lembro que, no parto do Heitor, quando as minhas contrações estavam muito assustadoramente fortes, eu segurei na borda da piscina e senti alguém (que só depois eu descobri que era minha mãe) fazendo um carinho na minha mão. As dores estavam tão fortes (dilatação total, já) que eu não conseguia abrir os olhos para ver quem era, mas aquele carinho parecia uma âncora, sabe, algo que me garantia que eu não iria me afogar, não iria me perder. Era só um carinho na mão, mas ganhou uma importância imensurável.

Nós, doulas, tocamos muito mesmo. Abraçamos, fazemos carinho nas costas, seguramos a mão, passamos a mão no rosto, acariciamos os cabelos... O toque ajuda a relaxar, ajuda a liberar endorfinas e serotoninas, hormônios amigos do parto. E o ambiente respeitoso de parto desperta na gente um amor tão grande por aquela mulher, nossa irmã, que está ali prestes a trazer uma nova vida a esse mundo, que esse toque é absolutamente espontâneo e natural, simplesmente entramos em sintonia com a mulher de uma forma quase mágica.

Ai, que vontade de doular! Bora parir, mulherada! kkkkkkkk!