terça-feira, 29 de dezembro de 2015

violência obstétrica

Hoje vamos falar sobre algo dolorido, que mexe com os sentimentos de várias mulheres que já foram mães e assusta as que ainda serão: violência obstétrica, que atinge 1 em cada 4 mulheres no Brasil. Você sabe o que é isso?
O termo violência obstétrica engloba uma série de tratamentos desrespeitosos à mulher quando seu bebê vai nascer. Vai desde piadinhas de mau gosto até intervenções médicas feitas contra a vontade da mãe durante o parto. É extremamente cruel, porque atinge a mulher em um momento de extrema fragilidade, em que ela deveria se sentir protegida, acolhida, cuidada. É uma traição a todos os princípios de atendimento na saúde.
Exemplos de violência obstétrica:
- Infantilizar a mulher, tratando-a como incapaz (“Ah, que bonitinha... Ela quer um parto natural... Mas olha, mãezinha, seu bebezinho pode entrar em sofrimento...).
- Tratar a parturiente de forma agressiva, não-empática (“É, né, na hora de fazer foi bom!”).
- Submeter a mulher a procedimentos dolorosos e não necessários (ex.: lavagem intestinal, raspagem dos pelos pubianos).
- Isolar a mulher, negando-lhe direito a acompanhante, a usar o telefone, etc.
- Recriminar os comportamentos da mulher (“Se continuar gritando eu não venho mais te atender”)
- Fazer procedimentos sem pedir permissão (ocitocina, episiotomia, etc.).
E o que a gente pode fazer contra isso?
Antes de mais nada, saber. Conhecer nossos direitos e dar o nome correto. Não é “piadinha de mau gosto”, é violência obstétrica. Não é “enfermeira grosseira”, é violência obstétrica. Nós, mulheres, temos o dever de contar isso umas às outras! Pode ser ainda comum, mas não é normal que sejamos tratadas assim na hora de trazer nossas crias ao mundo, e não podemos deixar barato!
Em segundo lugar, DENUNCIAR. Se você sofreu violência obstétrica, divulgue nas redes sociais! Envie cartas ao hospital e ao plano de saúde, se for o caso. Entre em contato com um advogado para avaliar a possibilidade de entrar na justiça e exigir retratação e indenização por danos morais.
Por fim, vou deixar aqui um vídeo. É um documentário sobre violência obstétrica. É bem dolorido, viu, daqueles difíceis de assistir. Mas depois dele, nunca mais você vai encarar a violência obstétrica da mesma forma.

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