quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Eduardo

"Então.... Já estava com 39 semanas quando conheci a querida Elisa, fizemos apenas contato virtual pois estava meio sem tempo para uma conversa pessoalmente. Ela foi muito atenciosa comigo e me deu várias informações que foram preciosas durante minhas horas de trabalho de parto.
Minha DPP segundo a DUM era dia 9/8/15, mas na correria que eu estava no último mês por conta do níver da minha pequena, eu não estava me preparando muito para o parto. Enfim a festa aconteceu dia 8/8, tudo ocorreu bem, e com a saída do ultimo convidado às 23:45 da noite, resolvi tomar um banho com minha pequena e ir deitar, pois enfim podia relaxar e esquecer a tensão dos últimos dias, me imaginei dormindo pelo menos até o meio dia de domingo, mas não foi bem assim.
Às 00:50 senti aquela vontade incontrolável de ir ao banheiro, bem comum nessa etapa da gestação, estava acostumada a levantar de hora em hora para fazer isso. Mas junto com o chuá da urina, senti um ploc também, logo em seguida, líquido e mais líquido que não era mais urina, tudo bem, esperei acabar e chamei minha mãe que resolveu dormir aqui em casa justamente prevendo o trabalho de parto, conversamos e como eu não sentia dor, resolvemos esperar o que ia acontecer, como eu já havia sido orientada, sabia que poderia esperar até 6 horas após a perda de líquido para procurar a maternidade, voltamos para a cama e combinamos ir ao hospital as 6 da manhã. Por volta de 2:30 as primeiras contrações, mas nada que me impedisse de dormir, pois estava exausta pelo cansaço dos últimos dias. Às 5h começaram a ficar mais fortes, porém sem ritmo e espaçadas, fomos para o hospital, dei entrada com apenas 1 cm de dilatação e a informação que aguardaria a evolução para um PN. Resolvi fazer a minha parte, comecei a caminhar e a fazer uma respiração mais profunda, e as dores foram aumentando. Estava sozinha no pré parto do HRSAM, havia apenas outra paciente para uma curetagem. Comecei a ouvir os médicos e enfermeiros dizer q iam preparar a sala para a cesariana, pensei... Deve haver outra paciente em outro lugar, mas não, preparam tudo e me chamaram. Meu mundo veio ao chão pois era tudo q não queria. Comecei a orar. Não escutei mais nada do que se passava ao meu redor, sozinha naquela sala que para mim parecia de tortura e me remetia lembranças agradáveis e desagradáveis ao mesmo tempo. Às 9:45 veio ao mundo Eduardo, meu príncipe, saudável graças a Deus.
Recuperação tranquila enquanto no hospital. Recebi alta dia 11/8 e ao chegar em casa, descobri que junto trouxe de volta a bendita cefaléia pós raqui. Agora estou aqui, sem poder aproveitar muito meu baby, mantendo repouso absoluto para que a bendita vá embora como da primeira vez
.
Não queria que meu segundo parto fosse cesária pois sofri muito com a cefaléia no primeiro parto, o que me fez ficar de cama por 6 dias sem poder me levantar, curtir e alimentar minha filha.
Mas logo vai passar e vou voltar aqui para postar algo mais sobre minhas experiências praticas para vocês.
Beijos e boa hora para todas!!
E meu muuuuito obrigada a Elisa pela suas informações."
Muuuuuito chateada com esses médicos que acham que a mulher é uma "coisa". Não fazem a menor questão de explicar, de conversar, de esclarecer a mulher sobre o que está acontecendo. Vanda e eu concluímos que a encaminharam para uma cesariana por causa da bolsa rota (que por si só não é indicação de cirurgia, mas ok...), mas ninguém se dignou a dizer que ela faria uma cesariana, muito menos explicar os motivos. Eu fico me perguntando o que é que custa, sabe?! O que é que custa chegar para essa mulher e dizer: "Olha, você me relatou que sua bolsa rompeu às 00:50, nós não nos sentimos seguros para esperar mais de 9 horas, então vamos te encaminhar para uma cesárea, ok?!". Quanto tempo a mais se gastaria? Qual é a grande dificuldade?
Ouvi uma outra história bem semelhante essa semana, ocorrida com outra doula, em outro hospital. A mulher grávida foi encaminhada para cesariana sem nem saber o motivo. E hoje vou dormir com isso engasgado, e pensando aqui em como fazer com que isso mude e as mulheres possam ser respeitadas como sujeito.

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