quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Placenta

A placenta é um órgão que só existe durante a gravidez. Ela serve principalmente para nutrir o bebê no útero – os nutrientes chegam até ele pelo cordão umbilical-, mas também para aconchega-lo dentro do útero (e protegê-lo de impactos) e para liberar alguns hormônios essenciais durante a gravidez e o parto. Ela não nasce com o corpo da mulher, mas nasce nesse corpo durante a gestação e não pertence a ele, já que após o nascimento a placenta – já tendo cumprido a sua missão – vai embora. Ela é a protetora, a mantenedora , a cuidadora do bebê durante a gravidez, e quando esse bebê nasce ela também não o acompanha, pois agora ele já pode ser protegido, mantido e cuidado pela mãe.
Quando o bebê nasce, a placenta não para imediatamente de alimentar e nutrir o bebê. Se logo após o nascimento você reparar no cordão, vai ver que ainda há pulso, sangue correndo por ele. Isso porque o nascimento é uma transição: o bebê recebia oxigênio e nutrientes pelo cordão e vai passar a respirar ar e receber o alimento do leite materno. Se o cordão não for cortado logo após o nascimento, essa transição acontecerá de modo suave – aos poucos o bebê para de receber oxigênio da placenta e começa a respirar, ou seja, aprende a respirar tranquilamente; se ele é cortado assim que o bebê nasce, a respiração ocorre de forma muito mais brusca e dolorida. Só que esse “restinho” de sangue que o bebê recebe se o cordão não é clampeado imediatamente faz MUITA diferença: garante um suprimento de ferro e reduz muito o risco de o bebê ter anemia – inclusive na vida adulta . O cordão pode pulsar durante vários minutos (há relatos de cordão que seguiu pulsando por 40 minutos após o nascimento do bebê), e eu só posso concluir que ele pulsa enquanto o bebê ainda precisa. Vale lembrar que o cordão costuma ter tamanho suficiente para que o bebê vá para o colo da mãe após o nascimento. É bom questionar as razões dessa pressa em cortar o cordão, se deixá-lo pulsar não traz nenhum malefício para a mãe.
Então o bebê nasce, é levado diretamente para o colo da mãe e começa a sugar o seio; o cordão não foi clampeado e a criança ainda está ligada à placenta e recebendo nutrientes dela enquanto for necessário. Essa secção estimula o útero a se contrair e a mãe a produzir ocitocina, o que faz com que a placenta seja expulsa naturalmente. A expulsão natural da placenta diminui os riscos de hemorragia ou de ficarem pedaços da placenta para trás, o que pode causar infecção. Não se deve, portanto, puxar a placenta, mas sim esperar que ela saia naturalmente.
Após o parto, nos hospitais, a placenta costuma ser descartada sem que a mulher sequer a veja. Muitas mulheres não querem mesmo vê-la, naquela coisa de que tudo que sai do nosso corpo é sujo e é nojento. Mas quando você parir, lembre-se de que aquele órgão foi o responsável por manter seu filho vivo dentro de você, que ele foi criado e viveu apenas para isso. Que tal levá-la com você após o parto, enterrá-la e no local plantar uma árvore? Ela servirá para nutrir uma nova vida, que nascerá na mesma época do seu filho. Sempre que vocês olharem para essa árvore, poderão se lembrar da experiência mágica e transformadora que foi, para ambos, a gravidez e o nascimento.
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