Já refletiram sobre as coisas que ficam subentendidas nessa frase, dita a uma mulher grávida?
A primeira, e mais grave delas, é que esse bebê vir com alguma doença passageira, crônica ou deficiência é algo muito ruim, quase um desastre da natureza. Os meus filhos vieram mesmo com muita saúde, mas acompanhei vários casos de mamães que tiveram que ficar separadas dos filhos, que ficaram internados, de mães que nos primeiros meses da criança descobriram que ele tinha alguma síndrome ou necessidade especial. E sabe o que eu percebi? Que esses bebês são filhos do mesmo jeito, que a mãe os ama do mesmo jeito e que não, definitivamente não é nenhum desastre quando o filho não vem com saúde. O único desastre é o olhar piedoso ou preconceituoso das outras pessoas em relação àquela criança e àquela mãe.
A segunda coisa é que nada mais no caminho entre a gravidez e o bebê no colo é importante, além de a criança nascer saudável. Quer dizer: tendo um filho saudável nos braços, a mãe não tem direito de sentir-se infeliz por coisa alguma. Se o parto não foi como ela queria, se ela não conseguiu amamentar, se está sem dormir a dias, nada disso é problema, nada disso é motivo para tristeza, porque ela tem um filho e esse filho é saudável. Gente, uma coisa não tem nada a ver com a outra! É perfeitamente possível que essa mãe esteja profundamente entristecida com o parto que teve, e ainda assim ame seu filho, saudável ou não. Ela pode estar arrasada de ter que dar fórmula para seu filho enquanto todas amamentam, e se sente assim exatamente porque o ama. Não somos seres de uma só faceta, mas somos múltiplas, cheias de sentimentos que se sobrepõe sem se anular. Então vamos permitir às mulheres suas tristezas, angústias e raivas, pois das felicidades todas sabemos muito bem!
Fica, portanto, a reflexão: que sejamos sempre cuidadosos nos nossos desejos às futuras mamães e comentários às que tiveram filhos há pouco tempo.
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