terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Por que ter uma doula?


Bom, gente, pra começar é importante dizer que doula não é acompanhante. E que, por consequência, marido não é doula, mãe não é doula. Cada um tem seu papel, sua importância e seu momento de agir.
O processo de parto e nascimento, principalmente no contexto hospitalar, é marcado muitas vezes por uma atmosfera de risco, com dor, sofrimento, frustração, insatisfação e mesmo violência, sendo muitas as histórias de mulheres que viram o momento mágico do nascimento de seu bebê se tornar uma experiência dolorosa e muito distante do que elas gostariam que fosse. A presença do acompanhante e da doula servem para minimizar ao máximo essas experiências negativas, permitindo que o parto seja experimentado como deve ser.
O apoio oferecido pelo acompanhante e pela doula se complementam. O acompanhante tem um vínculo emocional com a mulher, e isso torna mais difícil que ele se mantenha calmo diante dos desconfortos e queixas da parturiente. Neste mesmo momento, a doula consegue calmamente ajudar essa mulher a lidar com seu trabalho de parto, ao mesmo tempo em que tranquiliza o acompanhante.
A palavra doula vem do grego, significando mulher que serve. Seu papel começa durante a gestação. Seu primeiro papel é ouvir a mulher. Essa mulher que está, em seu turbilhão hormonal, cumprindo as várias tarefas de seu cotidiano, na correria de sempre, e muitas vezes com dificuldades de entrar em contato com as próprias emoções. Não somos psicólogas, mas somos também mulheres, acostumadas a lidar com grávidas, e gostamos de ouvir. Além disso, a doula vai ajudar a grávida a se informar sobre os vários aspectos relacionados ao parto, a fim de encontrar e analisar suas opções e decidir sobre o nascimento da criança. Ela vai também incentivar a elaboração do plano de parto e de pós-parto, em que a mulher registra suas opções para o trabalho de parto, parto e puerpério. Não cabe a ela tomar as decisões, mas sim deixar o casal livre para fazer suas escolhas.
Durante o trabalho de parto, a doula será aquela pessoa que apoia fisicamente a grávida com técnicas não farmacológicas para o alívio da dor – massagens, água quente, dança de posição, etc. É ela também que vai incentivar com palavras e carinho essa mulher, para que ela consiga se concentrar no processo e lembrar das escolhas feitas. Ela não é médica ou enfermeira, logo sua atenção não estará nos procedimentos médicos e técnicos. Sua atenção estará, principalmente, na mulher. Ela é quem vai lembrar de oferecer líquidos, de contar para a mulher como está o seu processo, de incentivá-la. Ela é quem vai ajudar a mulher a visualizar o bebê abrindo seu caminho, quem vai vocalizar junto com ela, quem vai sugerir um banho quente. A presença da doula é carinho, conforto, acolhimento, alívio. E de uma forma que o acompanhante, sozinho, muitas vezes se atrapalha em fazer, justamente por estar muito envolvido emocionalmente com o processo.
Após o nascimento, a doula continua seu suporte, ajudando na adaptação da nova família, alertando sobre o baby blues e a depressão pós-parto, ajudando no estabelecimento da amamentação. Esse vínculo tão forte, estabelecido com a mulher, vai então se desvanecendo, mas pode ser prolongado por um mês, um ano ou até mesmo pela vida toda.
Se você está grávida, procure o quanto antes uma doula. Se não está, divulgue essa página e esse texto para suas amigas grávidas e estimule-as a procurarem uma. Todos os estudos apontam para uma satisfação muito maior com todo o processo de gravidez, parto e puerpério das mulheres que foram acompanhadas por doula, e esse cuidado a gente deseja pra todo mundo!

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