quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Por que precisamos de uma rede de apoio?

Nós, mulheres, lutamos muito para que fôssemos reconhecidas como indivíduos capazes, fortes, inteligentes. Tivemos que lutar pelo direito ao voto, ao trabalho, à remuneração justa. Nossa geração, especialmente, aprendeu que depender dos outros não é uma coisa boa, e que era preciso que estudássemos e trabalhássemos para sermos independentes, para não ficarmos à sombra de um companheiro. Tudo isso é lindo, gente, e na minha visão de feminista, corretíssimo.
Só que essa criação criou uma geração de mulheres que é centralizadora e que tem a mania de achar que dá conta de tudo sozinha. Não é nada incomum eu deparar com mulheres que trabalham 8 horas por dia, mantém a casa sem ajuda de diarista ou mensalista, fazem faculdade (ou pós, ou mestrado), cuidam de filhos, de marido... Aff, gente, isso é enlouquecedor, não é, não?! E nem é esse o problema que eu quero abordar aqui. O problema é que essa nossa geração foi ensinada a não demonstrar fraqueza. Isso significa que não só as mulheres andam fazendo isso tudo como sentem-se na obrigação de passarem por isso sem crise, sem choro, sem desabafos desesperados.
Só que somos seres humanos e, como tais, temos necessidade de socialização. Essas emoções reprimidas, engolidas porque temos que ser fortes e não compartilhadas uma hora explodem numa doença, num surto, numa briga feia. É necessário, sim, que compartilhemos nossas alegrias e dores com outros seres humanos. Só que para que isso aconteça, é necessário que encontremos no outro a empatia. Não vamos abrir nosso coração e falar sobre nossos problemas com qualquer pessoa, não vamos nos expor se tivermos medo de julgamentos vários.
Então a ideia principal aqui é que TODA MULHER precisa de uma REDE DE APOIO. De preferência de outras mulheres (porque nossa sociedade é, sim, machista, e um homem não terá a mesma empatia diante dos problemas femininos do que outra mulher terá) que estejam vivendo a mesma fase de vida. Então é muito bom que mulheres que estejam noivas, por exemplo, conversem com outras mulheres noivas sobre a preparação e sobre as emoções que antecedem o casamento. Essa é a ideia: buscar outras mulheres na mesma situação gera identificação, empatia e esclarecimentos maravilhosos.
Nosso foco aqui nessa página é gravidez, parto e maternagem, então é claro que precisamos ressaltar a importância de uma rede de apoio nesse momento. A gravidez vira nossa vida de cabeça pra baixo, é ou não é? Hormônios enlouquecem, o corpo muda totalmente, a relação com o companheiro muda, nossas perspectivas pessoais e profissionais mudam! Mulheres grávidas PRECISAM, PRECISAM MUITO, conversar com outras mulheres grávidas. E a empatia entre elas é poderosíssima.
Quando eu estava grávida da minha filha Alice, encontrei um grupo no orkut que tinha um tópico só para grávidas com DPP no mesmo mês da minha. Ali havia mulheres de todo o Brasil e até de fora dele, e começamos a conversar quando estávamos com uns 2 meses de gestação. A troca de experiências ali foi tão intensa que ficamos de fato muito amigas. Hoje escrevo esse post de São Paulo, onde vim me encontrar pessoalmente com essas mulheres para quem, até hoje, abro meu coração diariamente e a quem tantas vezes acolhi em seus desabafos.
Quero aproveitar, então, esse tema, para já deixar o convite para a nossa próxima roda de mulheres grávidas (sábado, 17/10, às 9h, no estacionamento 4 do Parque da Cidade) para vocês terem a oportunidade de também formarem a rede de apoio de vocês, com mulheres que saibam exatamente o que vocês estão vivendo. Se acheguem, porque a grande verdade é que juntas somos bem mais fortes!

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